terça-feira, 10 de julho de 2007

Alunos com deficiência incluídos e agora como avaliar???
Valéria Korik Franco. Pedagoga Especializada DI – DA. – Psicopedagoga.

Em tempos atrás a chamada “inclusão” educacional era só para alunos com deficiência que acompanhavam a turma. Se for assim, bastava que fossem avaliados da mesma maneira tradicionais, e, aqueles que não acompanhavam estavam excluídos, e o problema resolvido. O interessante é que isso não acontecia apenas com alunos com deficiência, mas só agora a questão começa a ser discutida. Na atualidade, está crescendo a noção de que tem algo de errado na situação de exclusão. Cresce também a noção de que aquele que acompanha a turma, nunca foi impedido de freqüentar escola, portanto se falamos em inclusão educacional, estamos falando de situações realmente diferenciadas. Mas, como mantê-los na escola, permitir que acessem os níveis mais elevados do ensino, nos termos da nossa constituição, diante do nosso método tradicional e por que não dizer, linear, de avaliação?????
Não podemos esquecer que temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) que nos diga.
De acordo com a LDEBEN: 1- a organização em turmas não precisa se feita com base no rendimento, ao contrário, pode ser feita de acordo com critérios bastante amplos, inclusive idade, afinidade por projetos, etc.; 2- escrita, leitura e cálculo (04 operações) são objetivos a serem alcançados até o final do ensino fundamental, portanto, aluno nenhum poderia ser impedido de prosseguir porque ainda não aprendeu isso até as chamadas terceira ou quarta séries; 3- a avaliação é válida para conhecer o aluno e seus progressos, possibilitando a identificação do que ainda precisa ser mais bem trabalhado, e não para rotular crianças; 4- há total liberdade quanto à forma de avaliação, logo, ela pode ser feita com base em relatórios bimestrais, etc., e não necessariamente com base em notas.
Como vemos isto é real e lógico, mas a crença tradicional do tipo: “senão tiver nota o aluno não estuda”, parece ter mais força do que todos os dispositivos constitucionais e legais aplicáveis. Mas o que ainda vemos são escolas que o incentivo para o acesso ao saber seja uma nota. Há escolas que já se libertaram dessa necessidade, ou então, mesmo atribuindo nota o faz de acordo com as potencialidades de cada indivíduo. Essas lidam com a diversidade de níveis de desenvolvimento numa mesma sala de aula. O resultado é o de que temos alunos aprendendo com base no interesse. E quem aprende assim não esquece a matéria. “Há também, nesses locais os alunos que não aprendem ““ escrita, leitura e cálculo”, não porque a escola não lhes ensina, mas porque têm limitações para esse tipo de aprendizado. Eles também são avaliados pelo progresso que tiveram, e esse progresso pode indicar outros enfoques que a escola poderia trabalhar com todos os alunos, provando que a diversidade só enriquece.
Como vemos é lamentável, quando uma escola ainda chama certos alunos de incluídos e ainda tenta descobrir uma forma diferenciada de avaliação, está longe de estar praticando uma educação PARA TODOS.

Um comentário:

Edna Santos disse...

Olá, sou estudante de Pedagogia e estou, atualmente, trabalhando numa escola que tem um projeto de inclusão e possuímos alunos com diversas dificuldades de aprendizagem oriundas de diversos problemas cognitivos. (dislexia, disgrafia, hiperatividade, TDAH, ETC.)
Interessante o blog e em especial essa postagem. Estava pesquisando justamente sobre como avaliar esse educando que possui certas limitações e que precisam de uma atenção mais específica durante todo o processo de ensino-aprendizagem! Como disse, gostei do blog e sempre estarei por aqui dando uma olhada. Também tenho interesse em material sobre essa temática. Parabéns!